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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
URBANISMO: " A CIDADE MODERNISTA - UMA CRÍTICA DE BRASÍLIA E SUA UTOPIA", JAMES HOLSTON
LANÇADO EM 1989, O LIVRO DO ANTROPÓLOGO AMERICANO JAMES HOLSTON, PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA, MOSTRA QUE A CIDADE FUTURISTA DOS ANOS 50 PROVOU-SE UMA UTOPIA. EMBORA SEJA EFICIENTE EM ASPECTOS COMO O TRÂNSITO DE VEÍCULOS E A QUALIDADE DO AR, ELA NEGA O PRÓPRIO PROJETO QUE A INSPIROU.
HOLSTON RESSALTA QUE, PELO PLANO ORIGINAL DE COSTA, AS SUPERQUADRAS, COM SEUS APARTAMENTOS FUNCIONAIS, DEVERIAM ABRIGAR DIFERENTES CLASSES SOCIAIS. UM DEPUTADO, POR EXEMPLO, SERIA VIZINHO DE SEU MOTORISTA. HOJE, NÃO HÁ CIDADE NO BRASIL ONDE AS CLASSES SOCIAIS ESTEJAM GEOGRAFICAMENTE MAIS SEPARADAS - OS BUROCRATAS NAS SUPERQUADRAS E NAS MANSÕES À BEIRA DO LAGO, OS POBRES NAS CIDADES-SATÉLITES, SURGIDAS À REVELIA DO PROJETO ORIGINAL.
COMO CEILÂNDIA, SITUADA A 40KM DO PLANO-PILOTO, E COM UMA POPULAÇÃO DE 400 MIL HABITANTES. UM IMENSO AGLOMERADO URBANO QUE, VISTO DAS JANELAS DO METRÔ, LEMBRA UM MAR DE COR CINZA - OS TELHADOS SÃO PREDOMINANTEMENTE DE AMIANTO.
INACESSÍVEIS AOS POBRES, AS SUPERQUADRAS RESIDENCIAIS TAMPOUCO CONTAM COM A SIMPATIA DOS RICOS, PELA MONOTONIA ARQUITETÔNICA E POR SUA SEMELHANÇA COM OS PRÉDIOS QUE ABRIGAM A BUROCRACIA NO HORÁRIO DE TRABALHO. "NINGUÉM GOSTA DE DORMIR NO ESCRITÓRIO", BRINCOU CERTA VEZ O DEPUTADO ULYSSES GUIMARÃES.
BRASÍLIA É O EXEMPLO MAIS EVIDENTE DE COMO, NO SÉCULO XX, POR DIVERSAS VEZES O BRASIL SERVIU DE LABORATÓRIO URBANÍSTICO - E A CONCLUSÃO É QUE EM RAROS CASOS A SUCESSÃO DE EXPERIÊNCIAS MELHOROU A QUALIDADE DE VIDA DOS CIDADÃOS.
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